Um Plano de Segurança consiste num conjunto de sugestões de medidas a adoptar para aumentar a segurança das pessoas que estão em risco, nos diversos locais onde ocorra a violência doméstica.
Para criar o seu Plano de Segurança há que reflectir sobre as medidas mais eficazes a adoptar por si, nas situações e nos locais onde habitualmente acontece a violência, no sentido de assegurar a sua protecção física bem como a dos seus filhos.
Lembre-se: apesar de não poder controlar a violência de quem a/o agride, pode escolher como reagir e a melhor forma de manter a sua segurança e a dos seus filhos. Apresentamos algumas sugestões para ajudá-la(o) a construir o seu Plano de Segurança:
Em caso de agressão deve:
- Evitar o confronto. (ex. se a situação for grave concorde com ele(a), não discuta. Proteja-se até estar fora de perigo);
- Proteger as partes mais sensíveis do corpo (ex. cara, peito);
- Deslocar-se para um espaço da casa que permita uma rápida saída para o exterior;
- Afastar, se possível, os seus filhos do local onde a violência está a ocorrer (ex. utilize o código para que os seus filhos peçam ajuda e/ou abandonem a casa);
- Fazer o maior barulho possível para que os vizinhos saibam que está em perigo e possam pedir ajuda (ex. grite, ligue o sistema de alarme);
- Pedir protecção em casa de vizinhos ou familiares que conheçam a sua situação. Em caso de não ter um local seguro para onde ir, contacte a Linha de Emergência – 144 ou a PSP – 112;
- Ter sempre o Telemóvel ligado e com estes números fáceis de aceder;
- Dirigir-se ao Serviço de Urgências do Hospital, mesmo que não apresente sinais externos de agressão. Pode ter lesões internas. Os relatórios médicos podem fazer prova em tribunal.
- Apresentar queixa na PSP, no Ministério público ou através da Internet no site: https://queixaselectronicas.mai.gov.pt
Em caso de partilhar a casa com o(a) agressor deve:
- Estar atenta aos sinais de alarme que ajudam a prever quando se irá dar um próximo episódio de agressão (ex. o aumento do tom de voz, gestos severos, …):
- Identificar locais seguros da casa (ex. divisões da casa onde existam saídas, porta com chave, rede para o telefone e não hajam armas). Em casos de ameaça dirija-se para esse local seguro e peça ajuda;
- Evitar espaços da casa onde o risco é maior (ex. durante um episódio violento não vá para a cozinha, ou para a garagem, onde o/a agressor tem acesso a objectos que podem ser usados contra si - facas, ferramentas, ….)
- Informar alguém da sua confiança da sua situação (ex. fale com os seus amigos e/ou vizinhos sobre a sua situação e combine com eles um código/sinal para que saibam que está em perigo);
- Combinar com os vizinhos que contactem a PSP, se ouvirem barulho ou gritos em casa;
- Ensinar os seus filhos a pedir ajuda e a não se envolverem na agressão (ex. ensine-os a utilizar o telefone para pedir ajuda a pessoas de confiança e/ou a PSP);
- Elaborar um plano de saída de emergência e ensiná-lo aos seus filhos (ex. identifique um local seguro (ex: casa de amigos e/ou vizinhos) para onde os seus filhos possam ir em situações de agressão e combine com eles um código para que saibam quando devem abandonar a casa);
- Esconder uma mala com objectos de uso diário, num lugar que seja fácil para si levá-los em caso de saída de emergência (ex. guarde em casa de um vizinho);
- Ter sempre consigo um telemóvel, agenda de telefones com números de emergência, contactos de familiares, amigos e outros;
- Ensinar os seus filhos a criarem o seu próprio Plano de Segurança. Insista na importância de eles salvaguardarem a sua própria segurança e de que não é responsabilidade da criança assegurar a segurança da mãe;
- Procurar apoio junto de profissionais especializados.
Em caso de não habitar com o(a) agressor(a) deve:
- Mudar as fechaduras de casa (para fechaduras de alta segurança). Se possível substituir as portas de madeira por portas de metal;
- Colocar um sistema de alarme nos acessos à casa (portas e janelas);
- Alterar os contactos telefónicos, pedir um número confidencial e verificar sempre as chamadas antes de atender;
- Alterar rotinas diárias (ex: faça compras noutros supermercados/lojas e a horas diferentes do que costumava, quando vivia com o seu parceiro(a); altere os seus horários de chegada e saída de casa);
- Ensinar aos seus filhos a não abrir a porta da rua e a informarem, sempre, quando está alguém à porta;
- Cancelar todas as contas ou cartões de crédito partilhadas com o (ex) parceiro(a). Abrir novas contas bancárias em seu nome e num banco diferente.
- Avisar as instituições e pessoas que cuidam ou contactam com os filhos, sobre a situação de risco e medidas de protecção instituídas;
- Pensar numa forma segura de falar com o agressor em caso de necessidade. (ex: evite espaços isolados, combine o encontro num espaço público e faça-se acompanhar de alguém da sua confiança).
- Informar os vizinhos da actual situação de separação e pedir que liguem à PSP no caso de o verem a aproximar-se da sua casa ou dos seus filhos.
Para aumentar a segurança no Emprego e em Espaços Públicos deve:
- Informar e prevenir algumas pessoas do seu local de trabalho da sua situação de risco e pedir para filtrar as suas chamadas;
- Solicitar, se possível, a alteração de horário de trabalho e em caso de situação de alto risco, a mudança de local de trabalho;
- Alterar os hábitos diários (ex.: mude frequentemente o trajecto entre a sua casa e o trabalho, os locais que costuma frequentar - lojas, supermercados, …);
- Dirigir-se para uma loja, serviço, ou a esquadra da PSP se constatar que o seu (ex) parceiro a segue;
- Ter um spray inofensivo (desodorizante) na carteira, que poderá aplicar-lhe para os olhos, de modo a poder fugir;
- Evitar locais pouco seguros e isolados e tentar andar sempre acompanhada.
No caso de decidir sair de casa deve:
- Elaborar um plano de saída e decidir para onde ir. (ex. fale com pessoas da sua confiança que possam acolhê-la temporariamente, evite locais previsíveis e que sejam conhecidos do agressor);
- Planear a sua saída para quando tiver a certeza que o parceiro agressor não se encontra por perto;
- Abrir uma conta bancária em seu nome e solicitar junto da entidade bancária para que não lhe enviem extractos de conta para sua casa e para que não lhe telefonem;
- Informar alguém da sua confiança o seu plano de saída e se necessário pedir ajuda à PSP para sair de casa;
- No caso de não ter um lugar seguro para onde ir, contactar a Linha 144 (durante as 24 horas), um serviço especializado de apoio à vítima – 291 205135 (durante o dia); a Associação Presença Feminina ou uma esquadra da polícia 112;
- Preparar, se possível, uma mala de emergência com os seguintes objectos:
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- Documentos de identificação (seus e os dos seus filhos)
- Bilhetes de Identidade/Cartões de cidadão;
- Cartão de contribuinte;
- Cartão de Segurança Social
- Passaportes,
- Certidão de Nascimento;
- Boletim de vacinas;
- Carta de condução e documentos do carro.
- Documentação do banco e de seguros;
- Documentos do tribunal;
- Documentos escolares;
- Documentos laborais;
- Dinheiro e cartões de crédito/débito;
- Telemóvel e carregador;
- Chaves de casa;
- Medicamentos;
- Brinquedos preferidos das crianças;
- Livros escolares das crianças;
- Roupa extra para si e para os seus filhos, calçado.
- Documentos de identificação (seus e os dos seus filhos)
Poderá também deixar na casa de alguém da sua confiança fotocópias de todos os documentos bem como algumas roupas.
Não leve coisas que pertençam ao agressor. Posteriormente a polícia poderá acompanhá-la a casa para ir buscar os seus pertences.
A SUA SEGURANÇA E DOS SEUS FILHOS É PRIORIDADE!